COSTUMES LOMBAGRANDENSES II

COSTUMES LOMBAGRANDENSES II

Trazendo mais relatos do cotidiano de antigamente.... Na colônia de Lomba Grande, a mulher que tinha um filho (a), ficava nove dias de cama, um por cada mês de gestação, para que todos os órgãos voltassem ao seu lugar. Os nenês ficavam de olhos vendados por alguns dias para que a claridade não prejudicasse os olhos, e usavam touca, “dass’e net Oohre weeh kriiht”, a fim de que não ficasse com dor de ouvido.

Quando a criança já tinha algumas semanas podia ser colocada na área dos fundos da casa ou debaixo das árvores. Normalmente a mãe fazia uma caminha macia na bacia grande de lavar os pés. Era uma bacia de folha, pintada de azul, feita pelo velho LIED ligado aos Mucker, funileiro, quem fazia a tal bacia. Depois de algumas semanas, a mãe voltava ao seu trabalho normal, inclusive capinando ou fazendo pasto para os animais. Como não tivesse com quem deixar a criança, o jeito era leva-la junto. Entrava em função a “Carret”, a carretinha de lomba, que possuía uma caixa de querosene marca jacaré, onde o nenê era posto e puxado até o local onde o serviço precisava ser feito. As vezes se ouvia “jah mol die Fliiche vot...”, que se tocassem as moscas que eventualmente estivessem incomodando a criança. E ali mesmo, se fosse a hora, ou a criança chorasse sem parar, a mãe dava de mamar, sem maiores preocupações com higiene já que o seio estava suado ou pudesse estar com. “Dreck macht Speck”, o que não mata, engorda, era o ditado que valia.

Homenagem a estas mães, grandes heroínas que as vezes a história esquece, e que tinham em média de 10 filhos. Autor – Aurélio Strack.

Retrato da casa de Frederico Adolfo Müller onde nasceu o lombagrandense “Telmo Lauro Müller”, que ficava ao lado da Sociedade Atiradores de Lomba Grande.

Imagens