A PERSEGUIÇÃO AOS ALEMÃES NA LOMBA GRANDE II

A PERSEGUIÇÃO AOS ALEMÃES NA LOMBA GRANDE II

Em continuação ao assunto do título; o segundo caso ocorrido, teve como protagonista o pastor da comunidade evangélica luterana, Jacob SAUER, que foi provavelmente uma das pessoas que mais sofreu no período da segunda Guerra. Ele foi convidado pelo subprefeito de Lomba Grande para um churrasco. Ao chegar ao local, ele foi preso pelos policiais. No final da tarde Sauer foi levado por eles até a casa pastoral, com um policial de cada lado, que entraram na casa, lacraram o armário onde Sauer guardava os livros, reviraram todas as gavetas, jogaram roupas para fora dos roupeiros, revistaram o porão e o sótão. A esposa e as filhas assistiram a tudo, assustadas. Depois levaram o pastor preso para Novo Hamburgo. A esposa, ao receber a notícia de que o marido seria levado para a prisão em Porto Alegre, procurou o advogado Mário Sperb que era amigo da família. Junto de outro advogado especialista, prepararam e apresentaram a defesa do pastor, alegando que, apesar dele a da esposa serem alemães, as filhas falavam perfeitamente o português e havia, sidos educadas em escolas brasileiras. Eles também pediram que os policiais mostrassem as provas da prisão, e assim o juiz ordenou que liberassem o pastor. Ele ficou apenas dois dias na prisão, mas isso o afetou profundamente, tornando-o mais reservado e introvertido.

As autoridades policiais queimaram praticamente todos os livros de registros das famílias evangélicas mantidos e atualizados pelo pastor Sauer, pois estavam escritos no idioma alemão. Os documentos que sobreviveram ao fogo são os que não foram encontrados, e que posteriormente, foram escondidos pelo pastor embaixo das tábuas do assoalho da casa paroquial. Entre esse material salvo está o “Livro de Registros de Batismo e Casamentos de 1864 a 1868”, e os livros de batismo de 1893 até 1942. Outros livros que não eram de registros da paróquia foram guardados pela diretoria da comunidade no fundo de um poço seco. Finda a guerra, ao buscarem as obras, constataram que infelizmente elas haviam se deteriorado por causa da umidade. (Trecho do livro de Felipe Kuhn Braun) – Artigo de autoria de Aurélio Strack.

Registro do pastor Sauer a cavalo no Quebra-Dente por volta de 1930.

Imagens