COSTUMES LOMBAGRANDENSES ANTIGOS I

COSTUMES LOMBAGRANDENSES ANTIGOS I

Possuía nossa localidade, no início do século XX, ou mesmo antes dele, costumes originais e bem característicos. Herança de seus antepassados e de uma Lomba Grande de simples colonos, que tinham no seu cotidiano a língua “Hunsrück que muitos vão relembrar nas expressões que hoje trago a vocês.

A moradora local Silvana Fischborn (86 anos idade), relata que com 10 anos idade, a sua mãe pedia para ir a pé de onde moravam (atual cartório de LG) até a venda do Walda Bohrer, que ficava na estrada que vai ao Taimbé (hoje o prédio em ruinas), para comprar erva mate para o chimarrão. A caminhada era feita com tamanco de madeira nos pés e carregava o “Tsvech-sack” (tipo de mala de garupa feito de pano)para facilitar o transporte. Naquela época a erva era solta na tulha (caixa de madeira) e vendida a granel.

A casa do colono era muito modesta, o dormitório do casal tinha um “koffe” (baú) e a cama ostentava um macio “Strohsack” (colchão de palha de milho). Essa palha, de anos em anos, precisava ser renovada, era quando os pais diziam aos filhos “dud die Palje dinne roppe (rasguem a palha mais vezes), para que ficassem mais macia no colchão. Ele era feito de uma fazenda grossa, listrada, em geral nas cores vermelho e azul, tendo uma abertura longitudinal ao centro. Quando geralmente a mãe ia “das Pet mache” (fazer a cama) ela enfiava os braços pela abertura e revolvia a palha para que ficasse fofa. Por cima do colchão ia o “Pedduch” (lençol). Debaixo da cama, infalível, o “Pissdopp”, urinol. A casa apresentava também o Wandschone”, o pano protetor de parede, pano bordado pela moça durante o noivado como peça de enxoval. (Texto extraído do livro do lombagrandense Telmo Lauro Müller) – Autor Aurélio Strack.

E aqui vai um provérbio sábio –“Infelizes os povos e os indivíduos que renegam suas tradições, quaisquer que lhes sejam elas. ”

Registro da “venda dos Bohrer em Lomba Grande, no ano de 1924. 

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