A PERSEGUIÇÃO AOS ALEMÃES EM LOMBA GRANDE – I

No início do século XX, Lomba Grande estava ocupada por famílias de origens germânicas e unidas através da língua alemã e do cultivo dos antigos hábitos culturais. Com o surgimento da Campanha de Nacionalização, criada pelo Governo de Getúlio Vargas, os alemães foram perseguidos, presos, humilhados Bens foram confiscados, livros e documentação em língua alemã foram queimados, foi proibido o uso do idioma alemão; e as pessoas de origem germânica, para se protegerem destaperseguição, destruíram ou esconderam muito material escrito em alemão. Com respeito a isso, vamos relatar dois casos curiosos e tristes que aconteceram em nosso bairro.

Na pioneira Lomba Grande, Heinrich BURGER, um experiente homeopata, morava numa grande residência e, num quarto de sua casa, ele atendia os pacientes, receitando-lhes ervas medicinais. Seus livros eram todos provenientes da Alemanha, os mais antigos do ano de 1825. Com a possibilidade de ter sua pequena biblioteca confiscada, Burger pegou todos os seus livros e guardou-os em caixas dentro de um armário que ele escondeu no porão da sua casa atrás de uma parede falsa. Burger faleceu durante o período da Segunda Guerra, e seus filhos e netos não sabiam que no porão da residência ele havia guardado este seu acervo bibliográfico, que foi achado apenas 60 anos depois. (Trecho de autoria do livro de Felipe Kuhn Braun).

Heinrich BURGER, chegou em São Leopoldo no dia 21/3/1848 com 18 anos e profissão de sapateiro, casou-se em 10/9/1850 com Felipina WETTER e faleceu em Lomba Grande. - Autor – Aurélio Strack.

Foto de Heinrich Burger que viveu em Lomba Grande até os seus 94 anos.