COSTUMES LOMBAGRANDENSES PARTE III

COSTUMES LOMBAGRANDENSES PARTE III

Lomba Grande na década de 1920 não tinha assistência médica como hoje a conhecemos. Tinha o Dr. Wetter, homeopata, homem alto, usava chapéu de aba larga, botas, e montava um belo cavalo avermelhado. Morava para os lados de Santa Maria do Butiá. (Relatos de quem o conheceu).

Chás é que não faltavam na colônia, era a medicina caseira funcionando. Chá de“cabelo de porco”, um capim em forma de agulha, como pelo de porco, era muito bom para... tudo. Para dor de barriga era muito usado o “Macelletee”, chá de marcela. Para não “ins Pett pisse”, não urinar na cama, era muito bom o “Chadepugetee”, chá de bugre.

A colônia tinha um grande inimigo “dea Sandfloh”, o bicho de pé. Os calcanhares dos colonos, mesmo o das mulheres, eram feios, cheios de rachaduras, pelo fato de andarem muito de pés descalços. Era o local em que o bicho nele se instalava. Depois de retirado o bicho de pé, a limpeza do buraco era feita com um paninho embebido em cachaça, álcool ou “Arnikeschnaps, infusão de arnica e cachaça. Aliás, esta infusão era usada para tudo, machucaduras, batidas forte, dor de dente.

Outro elemento de largo uso na medicina caseira colonial eram os ‘Mainzetroppe”, Bálsamo Alemão, gotas contra a tosse. Era um vidrinho quadrado, de líquido preto e tinha um cheiro característico. Era comum ouvir-se “Haste Mainzetroppe genom? ”, tomaste gotas contra a tosse?

Com referência aos pés, as crianças tinham sempre “Makuke”, macuco, isto é, sujeira encardida nos tornozelos e dedos. O “Makuke” era tirado com o “Spiellappe”, uma esponja que vinha de uma trepadeira muito comum. Enquanto é verde, parece um enorme pepino. Quando amadurece, esse “pepino” perde a casca e resta somente a esponja. (Fonte: Colônia Alemã – Imagens do Passado de Telmo Lauro Müller). Autor – Aurélio Strack.

Retrato da casa de Emílio Nabinger em 1912, que mais tarde veio a ser o Hospital de Lomba Grande.

 

Imagens